segunda-feira, 26 de maio de 2014

A Tanzânia precisa de comida e não de contraceptivos

O Population Research Institute (PRI) denuncia que os Estados Unidos investem em controle demográfico contra a vontade das mulheres e ignorando os problemas reais

Um país como a Tanzânia é ameaçado por muitos problemas, mas a sobrepopulação não é um deles. Isto é revelado num estudo do PRI, que demonstra como a USAID (a agência federal dos EUA responsável pela ajuda estrangeira) está adoptando uma política de intervenção no país africano totalmente alienada dos problemas reais.

O PRI denuncia que a USAID gasta apenas 20 cêntimos em nutrição por cada dólar gasto em contracepção, diante de 16% de crianças menores de cinco anos na Tanzânia que estão abaixo do peso normal. E ainda, no país, uma criança em cada nove morre antes do seu quinto aniversário e uma mulher em vinte e três corre o risco de morrer durante o parto. 

No entanto, a USAID gasta apenas 36 cêntimos na saúde materna e infantil para cada dólar gasto em contracepção. Além disso, destaca ainda o centro de pesquisa, num país onde apenas o 12% da população tem acesso a instalações sanitárias decentes, apenas 23 cêntimos são gastos pelos Estados Unidos em matéria de água e serviços de saneamento por cada dólar investido no controle da população.

"Talvez – lê-se numa passagem do artigo publicado pela Population Research Institute – o USAID pudesse justificar estes gastos se o povo da Tanzânia pedisse maiores intervenções para a contracepção. Mas não é assim”. Num dos Países mais pobres do mundo (o PIB per capita é de 1700 dólares por ano), não se entende o motivo de gastar tanto em contracepção em relação ao que é gasto “para a saúde materna, a saúde das crianças, a água, a higiene, a nutrição, e o cuidado das doenças”. Especialmente, nota o PRI, as mulheres da Tanzânia demonstram que querem continuar a trazer filhos ao mundo, com uma taxa de fertilidade de 5,4 e com uma estatística que diz que pelo menos a metade das mulheres da Tanzânia que já tem cinco filhos gostariam de ter mais ainda.

E destaca, além do mais, que mais de 50% das mulheres casadas e mais de 60% ​​das solteiras pararam de usar contraceptivos. Destas, apenas 1% o fez pelos custos excessivos, enquanto que todas as outras pararam por uma nova gravidez ou porque não gostavam da forma como o próprio corpo reagia a estes produtos. Portanto, diz o PRI, 70% das mulheres da Tanzânia suspende o uso dos contraceptivos pagos com as contribuições dos "contribuintes americanos desavisados".

O PRI conclui dizendo que Barack Obama, “que se define a si mesmo como um anti-imperialista”, estaria mais em sintonia com os desejos do povo africano se decidisse investir para enviar ajudas concretas, mais do que para defender políticas de controle populacional. “Mas ao contrário, diz o PRI, ele mesmo aumentou um ‘imperialismo reprodutivo’, gastando mais dinheiro do que jamais fora gasto antes para incentivar o aborto, esterilização e contracepção entre os africanos (e o mesmo para os asiáticos e latino-americanos)”. 

A próxima vez que quiser desculpar-se de algo – sugere o centro de pesquisa ao presidente dos Estados Unidos  – que o faça para as políticas de aborto, esterilização e contracepção para com aqueles que estão chorando porque não têm água potável para beber, comida, e cuidados médicos básicos”. in Zenit


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