sábado, 18 de março de 2023

O simbolismo das vestes litúrgicas

1. Muito cedo começaram a encontrar-se nas vestes sagradas significações simbólicas. Os primeiros vestígios remontam ao século VII. Originaram-se pouco a pouco quatro explicações simbólicas do vestuário litúrgico: nos séculos VIII - XII a explicação moral; no século XII a dogmática e alegórica; no século XIII a histórico-representativa.

2. Fala-se de explicação moral, quando se vê nas vestes simbolizadas as virtudes, que devem ornar o sacerdote e que são indicadas nas orações que acompanham o acto de vesti-las: o amito, a fortaleza; a alva, a limpeza da alma; o cordão, a castidade; o manípulo, a compunção e as lágrimas de penitência; a estola, a , a esperança e a humildade; a casula, a caridade.

3. A alegórica considera as vestes litúrgicas como armas do sacerdote: O amito simboliza o capacete; a alva, a couraça; o cordão, o arco e a flecha; a estola, a lança; o manípulo, a clava de combate; a casula, o escudo. (Cf. Eph. Lit. 1933, p. 368.)

4. A explicação histórica lembra as vestiduras de Nosso Senhor na Paixão: o amito, o véu com que velaram a santa face; a alva, o vestido branco de escárneo; o cordão, as cordas; o manípulo, o flagelo; a estola, o manto de púrpura ou a cruz; a casula, a cruz.

5. A explicação dogmática, a que menos se cultivou, considera os vários mistérios da vida e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e suas relações com a Igreja. (Braun, Lit. Handl., p. 334.)

Pe. João Baptista Reus S.J. in Curso de Liturgia


blogger

2 comentários:

Anónimo disse...

E o que eu aprendo, com toda esta explicação!
Realmente é fascinante tudo o que cada símbolo representa, assim como o seu significado profundo.
E agora pergunto: como pôde alguém ridicularizar, tal riqueza e fazer de tudo, para a destruir? Acredito, que somente pode ser uma grande ignorância, como a minha!
Que Deus lhes perdoe, porque tinham obrigação de perceber melhor, porque nós, simples leigos, não podemos perceber aquilo que ninguém nos deu.
Que Deus tenha, mais uma vez, misericórdia!

Maria José Martins disse...

Cada vez entendo melhor, a luta daqueles que defendem," com unhas e dentes", a Santa Tradição, porque, na verdade, a ideia do SAGRADO estava sempre presente, até nas mais pequeninas coisas...e não tivesse Jesus morrido por nós, para restaurar a nossa "Dignidade de filhos de Deus", tal como Ele afirma, na Obra: "O Evangelho como me foi revelado", de Maria Valtorta.
Ora, se assim é, porque Se abriu tanto--no sentido de banalização ou mesmo destruição--a Igreja às coisas do mundo, em detrimento das de Deus?
E mais, acredito no PODER dessas vestes, assim concebidas, pois, como já aqui relatei, vi a reação de uma amiga, que sofria de ataques de possessão diabólica, no momento, em que o Sacerdote colocou a Estola, para dar início à via Sacra, em Fátima: ela vociferou um palavrão, cheio de raiva, dirigindo-se a ele, tendo mudado completamente de postura, uma vez que antes estava calmíssima, ao ponto de, depois, ter ficado envergonhadíssima!

E, para aqueles, que pensam que um Sacerdote é um "mero homem, ou funcionário religioso", MAIS UMA VEZ, vou transcrever uma passagem da minha Obra preferida: "O Evangelho como me foi revelado", de Maria Valtorta, sobre a primeira Missa celebrada por S. Pedro.
"(...)Pedro está CHEIO DE MAJESTADE, a falar. Ele já não tem NADA daquele pescador rústico, como antes. Ele subiu o escabelo, a fim de ser visto e ouvido melhor, pois era de baixa estatura. E fala, medindo as palavras, com voz em tom adequado e gestos de um verdadeiro orador. Seus olhos também parecem falar e, agora, mais do que nunca, o seu olhar está cheio de AMOR, FÉ e CONTRIÇÃO, e tudo isso nele transparece. E Pedro chora, ao pronunciar as palavras: "Quem come o Meu Corpo e bebe o Meu Sangue terá a Vida Eterna". E Pedro chora de novo, dizendo: "E nós, naquela hora, não O entendemos...porque estávamos OBTUSOS, mas, o Espírito Santo Iluminou a nossa inteligência e fortaleceu a nossa Fé e infundiu em nós a Caridade; e, agora, TUDO compreendemos(...)