terça-feira, 25 de março de 2014

A encarnação e a incineração

Hoje é dia da Anunciação, comemoramos o momento em que o próprio Deus Se fez tão pequeno, como já todos nós fomos, a ponto de poder estar dentro da barriga da mãe.

Esta feliz novidade, com mais de 2000 anos, contrasta com a notícia que milhares de bebés abortados foram incinerados nos hospitais do Reino Unido.

Segundo uma investigação do Channel 4, dez unidades de saúde admitem ter incinerado os corpos juntamente com o lixo hospitalar, enquanto duas dizem que os queimaram para gerar calor e assim aquecer os hospitais.

O maior crime no caso do aborto é que seja possível matar um bebé na fase mais frágil da sua vida, de modo legal e gratuito, em instalações e com pessoas que foram formadas para salvar vidas. Infelizmente dizer isto já não comove ninguém, todos dormimos tranquilos enquanto este genocídio silencioso decorre nos nossos países.

Mas pelos vistos este caso que veio a público ainda choca algumas pessoas, como o ministro da Saúde britânico, que se mostrou indignado. Isto parece-me um pouco incoerente: se um bebé na barriga da mãe não é vida humana, se não tem o direito a ver a sua vida defendida legalmente, porque é que interessa o que se faz com aquele "monte de células"? Alguém quer saber o que fazem quando nos tiram o apêndice, um quisto ou um cancro? Não, se der para produzir calorzinho tanto melhor.

É esta a Europa dos nossos dias, por um lado considera-se a guardiã dos direitos humanos, mas por outro permite e esconde as maiores barbáries feitas pelo Homem.

Avisem quando acharem que já fomos longe demais.

João Silveira


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