quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Bébés Financeiros Descartáveis: O Papa Francisco sobre a nossa cultura do descartável

OPapa tem umas palavras interessantes sobre bébés e a nossa cultura do descartável. Vou ligar as suas palavras com a minha experiência de pai feliz de sete filhos.

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Mas antes de vermos isso, deixem-me fazer-vos uma confissão:
Eu tenho culpa disso. Com sete crianças, a nossa família usa imensos objectos "descartáveis":
  1. Fraldas descartáveis.
  2. Toalhas de papel descartáveis.
  3. Pratos de papel descartáveis.
  4. Guardanapos descartáveis.
  5. Bolsas de plástico descartáveis.
  6. Copos de papel descartáveis.
Como imensas famílias, habituámo-nos ao luxo dos objectos descartáveis. Simplesmente usamo-los e deitamo-los fora.
Na América é tudo muito mais difundido que isto. As pessoas compram um novo telemóvel. 12 meses depois livram-se dele. Já chegou algo melhor. Substituir o computador antigo a cada 12 meses é muito comum. Alguns até tratam os carros como objectos descartáveis!
O meu amigo Padre Pio Maria Hoffman falou-me recentemente de uma frase fantástica do Papa Francisco sobre a nossa "cultura do descartável" e a sua relação com o aborto, crianças militares e tráficos de seres humanos:


A paz também é ameaçada por cada negação da dignidade humana, em primeiro lugar pela falta de acesso a uma nutrição adequada. Não podemos estar indiferentes aos que sofrem de fome, especialmente as crianças, quando pensamos em quanta comida é desperdiçada todos os dias em muitos lugares do mundo imergidos naquilo a que eu muitas vezes chamei "a cultura do descartável". Infelizmente, o que se deita fora não é só a comida e objectos descartáveis, mas muitas vezes os próprios seres humanos, que são descartados como "desnecessários". 
Por exemplo, é assustador pensar mesmo que existem crianças, vítimas do aborto, que nunca vão ver a luz do dia; criança usadas como soldados, abusadas e mortas em conflitos armados; e crianças compradas e vendidas nessa forma terrível de escravatura moderna que é o tráfico humano, que é um crime contra a humanidade.
- Sua Santidade o Papa Francisco, Discurso ao Corpo Diplomático, 13 de Janeiro de 2014
pope francis with baby gesturing
Quando não valorizamos o que temos, isso torna-se dispensável ou "descartável".
A prática do aborto (tal como as crianças militares e o tráfico humano) trata as crianças comocomodidadesO Papa Francisco, nesta pequena citação, está a reposicionar o debate do aborto. É brilhante.
As crianças não são comodidades!
E, ainda assim, quando estamos em público com as nossas sete crianças, 95% dos comentários que recebemos são questões de comodidade. Muito poucos se focam na dignidade humana dos nossos filhos. Em vez disso, pensam neles como responsabilidades monetárias. São como um barco a desvalorizar na vossa garagem - com a excepção de que não flutuam num lago ou não vos puxam às voltas nos skis aquáticos.

Os filhos como fonte de consumo de dinheiro

A cultura vê os filhos como fontes de consumo de dinheiro. Como pais, o diabo está sempre a sussurrar a mesma mentira aos nossos ouvidos. O diabo diz baixinho, "Não vale a pena. Não podes pagar isso. Nunca andarás para a frente. Os filhos estão a impedir-vos de avançar."
O que há de tão brilhante nos comentários do Papa Francisco é que ele vira o jogo. Ele diz, "Vejam, o mundo só está a valorizar os miúdos como mortos (aborto), assassinos impressionantes (crianças militares) ou facilitadores de orgasmos (tráfico sexual/de humanos)."
Se não acreditam que o mundo caiu sob o pecado original, revejam essa lista.

Os filhos como imagens de Deus

A resposta a isto é repensar a forma como imaginamos os filhos. Eles têm alma. Têm alegria. Têm beleza. Cada pessoa que existe é "assombrosa e maravilhosamente feita." (Sl 139:14) A Fé ensina que Deus cria imediata e instantaneamente uma alma humana totalmente nova na concepção. Essa alma é única e tem grande dignidade aos olhos de Deus. Jesus ama as crianças pequenas. É por isso que Satanás odeia as crianças pequenas.
Se os filhos não vos fazem felizes ou são tentados a olhar para os filhos em termos financeiros, estão a dar ouvidos ao lado errado. O Espírito Santo está a dizer-vos uma coisa. O diabo diz-vos a coisa contrária. Dêem ouvidos ao primeiro. Resistam ao segundo e ele fugirá.

Porque é que eu amo os meus filhos

Nós temos sete filhos e muitas vezes sinto-me tentado a pensar neles em "termos financeiros." Quando recebo a conta por um braço partido ou uma janela partida, posso ser tentado a pensar que tenho sete buracos no casco do navio Marshall da Sétima Frota Americana [N.T.: ver aqui] - sempre a deixar entrar água e a afundar o navio.
Já falei sobre isto no meu podcast, mas o segredo para a alegria e para a paz é a gratidão. Sejam agradecidos e a melancolia vai-se embora.
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  1. Eu gosto do meu filho Gabriel porque ele é esperto e divertido. Ultimamente anda a tornar-se um pouco filosófico tal como o seu velho. Igualzinho ao pai. É um inventor. Gosta imenso de atirar ao arco e flecha e de outros desportos.
  2. Gosto muito da Mary porque é muito alegre e divertida. Ela tenta fazer-me cócegas. Noutras vezes faz-me partidas. Ela é muito inteligente: uma aluna de 20.
  3. Gosto imenso da minha Rose porque me traz chá verde quente quando não lhe peço. Ela é uma líder. Tem um bando de raparigas à volta dela a toda a hora. Ela é uma enorme ajuda com a irmã bébé.
  4. Gosto muito do Jude porque é um grande dançarino e gosta imenso de cantar. Como o Gabriel, ele cria coisas. Ontem fez um arco de flecha.
  5. Gosto do Becket porque ele é tão parecido comigo quando eu era um miúdo - mas parece-se imenso à minha mulher. Podem ver a sua nova “dança ninja” num vídeo no meu mural do Facebook. Ele tem um grande coração. Vive num mundo de fantasia que é fascinante conhecer. Ele também é super organizado.
  6. Depois há o Blaise. Eu gosto imenso dele apesar de ter problemas com o açúcar no sangue e de gritar à noite (Deus fê-lo assim, não me posso queixar). Apesar de ter dois anos, tem pequenas frases muito queridas tipo "Wassup Dudes" e "Yee-haw." Ele gosta de se vestir de super-heróis e de usar máscaras. Se eu lhe disser, "És o meu super-homem" ou "és um cowboy" ele fica mesmo contente.
  7. A Elizabeth tem 7 meses. Ela sorri sempre que me vê (aceitem, se ela está com fome - então ela quer a mãmã). Ela faz aqueles sons de bébé que tenta falar. Está a começar a caminhar no chão.
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Cada criança é um mistério. Cada criança está escolhida para um destino especial. Não existe nada de "descartável" ou dispensável em relação a elas. Eu abençoo-as. Quero que elas saibam que Deus tem planos para as abençoar nesta vida e para a eternidade. Eu tenho o digno trabalho de as guiar por esse destino divino.
Conseguem dar um preço a isso? Taylor Marshall


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