sábado, 2 de junho de 2007

A um amigo!

Uma amizade é sempre um risco, não é? Eu não gosto de correr riscos. Tento o mais que posso controlar a minha vidinha, gerir bem as minhas relações, os meus trabalhos, as actividades, para nada correr fora do normal. Como os hobbits do Senhor dos Anéis, que gostam de estar nas suas casinhas dentro da terra, a fumar o seu cachimbo e a comer, tudo com muita calma e serenidade, no bom, velho Shire.
E por isso cada nova amizade começa por ser um desafio (e nunca deixa de o ser). Porque para mim uma amizade é relação de Amor. E só quem não ama é que não se arrisca.


Por isso para mim começar uma amizade é sempre uma mistura de aventura, de alegria, de descoberta mas também de medo e de ponderação.


Se calhar porque sou um complicado, dei por mim a pensar, no princípio de uma amizade que me apercebi que estava a começar, se queria arriscar. Se queria arriscar ter aquele amigo, com todas as confusões e chatices, embirrações e mal-entendidos que poderia haver; por todo o sofrimento que daí poderia vir. E arrisquei! Porque era uma coisa boa! Era uma coisa de Jesus, que me fazia feliz, e que me levaria a um crescimento pessoal muito importante. E nesse dia comprometi-me naquela nova amizade. Não foi nada de formal, nenhum juramento solene ou promessa de sangue, nem sequer falei disso; mas no meu coração quis aceitar esse amigo que Jesus me oferecia.


Mas Ele avisou-me que às vezes se poderia tornar uma cruz. Quando eu quisesse um amigo apenas para me confortar e para me entreter, quando não lhe desse espaço para ele ser livre, quando não nos entendêssemos e discutíssemos. Quando passasse a novidade e viessem as desilusões. Quando nos tivéssemos de separar. E que difícil isso é para mim! Parece que não faz sentido! Deus dá-me um amigo mas depois separa-nos? Para que serviu isso? Se for só para me causar sofrimento se calhar é melhor não arriscar! Assim se eu não conhecer mais ninguém são menos separações que vão acontecer. Isto é a minha lógicazinha medíocre.


Mas Deus deu-me a Sabedoria para aceitar o amigo. E eu aceitei levar essa cruz, com a condição que Ele me repetisse uma frase que um dia disse aos Apóstolos. E Ele disse-a.

“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso da vossa carga e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e a minha carga é leve.”
(Mt 11, 28-30)

Às vezes ter um amigo de quem gosto muito faz-me sofrer cá dentro. Tenho ainda muito que crescer. Mas não me vou esquecer que lhe prometi (nem ele sabe!) a minha amizade. E já adivinhava que momentos difíceis iam aparecer mais cedo ou mais tarde. Mas todos os maus momentos com um amigo não se comparam de todo com os mil momentos bem passados e que nunca irei esquecer na companhia dele.
Por isso em alturas mais difíceis é pegar na Bíblia e ler o que Jesus me disse naquele dia!


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3 comentários:

Senzhugo disse...

valem as amizades em q sabemos perfeitamente os defeitos do outro mas isso se torna irrelevante

João Silveira disse...

citando uma música do júlio iglesias:
"é sempre mais feliz quem mais amou"

As letras das músicas que ouvimos por aí normalmente, falam falam falam e só dizem porcaria. Mas esta frase é espectacular, vejam a quantidade de situações em que pode ser aplicada, basta olhar para a Cruz. Sempre que nos sentimos injustiçados, pq fomos muito amigos de alguém, que depois não foi lá mto nosso amigo, etc, há mil exemplos

Unknown disse...

Gostava imenso de ter um amigo assim...